sexta-feira, 30 de agosto de 2013

RETÓRICA EROTIZADA


retórica erotizada
palavra emancipada
língua afrontada
fada?
anja?
mulher ahhhLada...
é na terra que te planto
é em teu colo que me planto
pronto desde o começo
pranto que desconheço
na ventura de sua asa
a felicidade atrasa
porque... não quer par_ t_ir
a realidade nos arrasa
prá que mentir?
pelo-poro-pele
a sua
é pura
és santa
és puta
grita-geme-encanta
autocracia da palavra
deambula poesia
erosmania... é mania de voce... 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

JOGOS DE PROCURA

O movimento lento
dos jogos de procura
em ser a antítese 
do nada

confirmada por astros,
os mastros eretos
como deuses fálicos,
válidos argumentos
antiparnasianos,
insanos monumentos
à conjunção,

conspiração das luzes
pela ausência de solidão,
seduzidos, os sedutores
interrompem os subterfúgios:
suspenso o espaço
calado o tempo,
amado me faço
te amo se tento,

sou só o sol louco que
não sabe onde nascer,
és a lua linda
que me faz saber,

que a poesia,
neste longo instante
de querer, é você.

sábado, 17 de agosto de 2013

O meu PÁSSARO AZUL

meu pássaro azul
está semimorto,
já o libertei, ele se prende
a mim, que o criei
ao seu mundo, que sou eu
triste pássaro
que sobrevive de mim
azul no cinza
azul na noite
azul na merda
de que lhe vale ser azul?

meu pássaro azul,
a boca enche-se de prepotência
ao vociferar o possessivo: meu
a boca enche-se de porra
que é tudo o que sobra depois
que o sexo acaba,
azul pálido
azul desamor
azul refalsado
de que me vale ser ele azul?

meu pássaro azul
aprendeu a voar, mas não voa
- voar é tudo o que podemos
vá, pássaro enfeitado
enfeitar a iniquidade
enfeitiçar a sobriedade
foder a felicidade
azul mórbido
azul delinqüente
azul da gente
de que nos vale sermos azul,

se só voamos latrina abaixo?

domingo, 11 de agosto de 2013

PAI


dormi pai
acordei papai

cada dia é assim, somos mais
soma-se o pai, o filho e o ventre santo
multiplica-se o amor, o cuidado e orgulho quanto...

pai 
não dorme
não come
não relaxa
acha graça
acha o brinquedo
esconde o medo
esconde o frio
põe a mesa
põe a máscara
tira a máscara
tira a mágica

pai,
o herói sem asas, sem super-poderes
o amigo,
justo e injusto, à beira do caminho
flor e espinho, bronca e carinho

Pai, agora...

deixa o computador e vem brincar!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A CACHOEIRA DOS MEUS SONHOS

                                                               foto: aburton


Foram tantos longos tempos necessários
em andança,
Dentro de mim até onde cria o fim
Começava onde se perpetuava a criança,
imemorial lembrança

De templos satíricos,  castelos líricos
As imagens lúbricas, vontades únicas

Fui o errante solitário, fui o guerreiro
sem descanso,
O culpado de todas minhas culpas
O inocente dos pecados cometidos
em honra à liberdade,
A maldade como arma contra o mal
do manso.

Tive grandiosos mirantes,
mares por espelho,
Desertos ao meio
meio raio, meio vilão,
A poesia nas mãos

Que ensinou ao olhar o olhar,
Que soube sentir ao vir
A beleza que os amantes temos

Sob o Monte de Vênus.